Artigo
Resumo
A partir da análise de trechos de cenas do filme F for fake (1973) de Orson Welles, o texto busca investigar o papel do pensamento sonoro na criação da atmosfera de artifício e falsificação proposta pelo filme. Observando parte da trajetória artística de Welles, delineamos o caminho reflexivo do texto ressaltando como o pensamento sonoro teve papel fundamental em suas obras, desde a marcante performance radiofônica Guerra dos mundos (1938), culminando em apostas mais experimentais como a de F for fake. Entre os recursos usados por Welles na composição sonora do filme estão a sobreposição de vozes e ruídos e a justaposição de fragmentos sonoros extraídos de diferentes cenas, compondo um mosaico de sons que atua na criação da atmosfera em múltiplas camadas a partir da qual o filme se constrói. As estratégias utilizadas por Welles em F for fake indicam caminhos na construção do que chamamos “efeitos do falso”, ramificação conceitual da noção de “efeitos de presença” elaborada nos escritos de Josette Ferál (2012). Para além, o texto desenvolve reflexões sobre o papel fundamental do desenho sonoro – bem como as inserções de momentos de silêncio – nas obras de Welles a partir do apoio teórico de Débora Opolski, Michel Chion e Jonathan Rosenbaum.
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Este artigo buscou aprofundar a noção de dispositivo de autodefesa a partir da análise do trabalho performativo de Ana Flávia Cavalcanti. Partimos do suporte teórico de Elsa Dorlin sobre o tema da autodefesa e, a partir dos alicerces oferecidos pela performance de Cavalcanti, buscamos levantar questões acerca do conceito de male gaze elaborado por Laura Mulvey, além de investigar práticas performativas que buscam evidenciar a violência de gênero. O texto também procurou interpretar outras obras que abordam a representação da mulher no espaço público, como o caminhar e a ocupação das ruas, enquanto gestos que operam a noção de autodefesa, oferecendo uma dimensão sobre a insurreição de corpos que se sublevam.
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O artigo buscou analisar perspectivas dos efeitos do falso a partir de reflexões sobre a peça B de Beatriz SIlveira e seu processo de criação ocorrido de maneira remota em 2021. Refletindo sobre aspectos do processo como análises fílmicas coletivas, criações de cenas com dispositivos de dublagem e a criação de um vocabulário comum sobre o conceito de falso e falsificação, o artigo se debruçou sobre a criação de um espaço artístico-pedagógico em que as participantes puderam explorar com liberdade a criação de cenas e ferramentas de análise crítica. As reflexões foram realizadas em diálogo com Joséte Feral e os efeitos de presença, Giorgio Agamben e a tela enquanto obstáculo “material” invisível e os filmes F for Fake (1973) de Orson Welles e Cidade dos Sonhos (2001) de David Lynch em suas elaborações sobre o falso.
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No presente artigo damos continuidade às investigações acerca do conceito de autodefesa e seu potencial no interior do campo artístico e pedagógico a partir da análise do registro de um acontecimento ocorrido no final de 2021 no Rio de Janeiro, que se tornou viral por alguns dias e chamou nossa atenção como uma ação de autodefesa.
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Perto do dia do juízo final, uma profeta e um profeta encontram-se para falar sobre política, religião e violência.
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No presente artigo lançamos algumas hipóteses para analisar, em uma obra teatral, a potencialidade de um acontecimento político, que quando vem à tona, pode vir a transformar os sujeitos que nele estão implicados. Nossa intenção é a de propor um campo de ideias a partir da leitura teórica da peça teatral Quando Quebra Queima realizada pela Coletiva Ocupação à luz da noção de sujeitos e seus corpos políticos e do conceito de teatro da multidão de José Sanchéz.